quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conheça os sintomas do estresse e saiba como eles progridem


É preciso estar atento a alterações de humor e comportamento


É preciso estar atento a alterações de humor e comportamento
É preciso estar atento a alterações de humor e comportamento
Os sinais iniciais de estresse costumam aparecer em atividades do dia a dia. O que antes parecia simples passa a ser complicado. O que dava satisfação começa a irritar. O que era visto como conquista transforma-se em derrota. O pior é que muitas dessas mudanças não são notadas, justamente porque a pessoa está estressada e não tem condições de julgar os problemas com equilíbrio, o que faz a bola de neve aumentar. "A maioria das pessoas só se dá conta quando surge alguma doença", afirma a psicóloga Fátima Bitencourt. Em vez de esperar até que patologias como depressão, asma, gastrite, infarto e alguns tipos de câncer se desenvolvam, fique atento às alterações de comportamento.

O neuropsiquiatra Rubens Pitliuk, do Hospital Albert Einstein, cita alguns dos itens aos quais se devem prestar atenção: diminuição do rendimento na escola ou no trabalho, insatisfação, irritabilidade, indecisão, julgamentos errados, piora na organização, insônia, sono agitado, falhas de concentração e memória, uso de finais de semana para colocar o serviço em dia, dedicação de cada vez mais tempo ao trabalho e menos ao lazer, diminuição de entusiasmo e sensação de monotonia.

Depois desses sinais, vêm os sintomas propriamente ditos. De acordo com Pitliuk, são eles: cansaço, ganho ou perda de peso, má digestão, prisão de ventre e diarreia, gases, gastrites, úlceras, baixa de resistência, infecções, gripes, herpes, pressão arterial alta, derrame, infarto, dores de cabeça, musculares e na coluna, entre outros.

Fátima explica que há uma progressão dos sintomas até se chegar à Síndrome de Burnout, ou esgotamento físico e mental. Segundo a especialista, o ideal é que um grupo de profissionais, formado por médicos, psicólogos e neuropsicólogos, avalie a situação. Mas a escala abaixo pode ajudar a identificar em que nível de estresse a pessoa se encontra.

1 - Dedicação intensificada, com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho; 
2 - Descaso com as necessidades pessoais; 
3 - Atividades básicas como comer, dormir e sair com os amigos perdem o sentido; 
4 - Sintomas emocionais como irritação, impaciência e ansiedade aparecem; 
5 - O portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas; 
6 - Necessidade de isolamento; 
7 - Nesta fase, as outras pessoas são completamente desvalorizadas e tidas como incapazes. Além disso, o indivíduo pode ter agressividade, vazio interior e depressão; 
8 - Marcas de indiferença e desesperança surgem; 
9 - A vida perde o sentido e o colapso físico e mental acontece; 
10 - A pessoa pode ver ou não que seu caso é de emergência e necessita ajuda médica e psicológica.
Fonte: minhavida.uol.com.br

Aprenda a lidar com a sensação de vazio

Especialistas explicam como superar a carência sem exagerar nas expectativas


Especialistas explicam como superar a carência sem exagerar nas expectativas
Especialistas explicam como superar a carência sem exagerar nas expectativas
A quase indefinível sensação de necessidade e carência foi descrita pela filosofia, pelapsicologia, pela literatura. "Na mitologia grega, a mãe de Eros, o desejo, é a Penúria, a falta. Sabiamente, os gregos colocavam a carência como a origem de tudo que desejamos na vida. Para eles, esse gosto de escassez, de insuficiência, de insatisfação é a grande faísca que dá partida às nossas ações, planos e sonhos", diz a professora de mitologia Helenice Hartmann.



Saber disso gera alívio. Muita gente não consegue identificar esse aperto no peito que nos angustia, e mal percebe que ele está ali presente, ou que sequer existe. Ao dar um nome para esse sentimento difuso, mas insistente, a vida pode se reorganizar de uma maneira diferente.


Podemos reconhecer o que nos incomoda e, mais que isso, observar como essa falta primordial é capaz de conduzir, nem sempre de uma maneira mais sábia, a maioria dos nossos movimentos existenciais.


Com base nessa nova consciência, é possível, então, uma regulação mais equilibrada de nossos desejos: já sabemos o que os origina, e assim podemos administrá-los melhor. Se admitimos que essa falta jamais será preenchida com as ilusões do universo material, ou mesmo emocional, vamos abrandar a fome com que nos atiramos às pessoas e às coisas.


Dessa maneira, é possível nos contentarmos mais com a vida, e até nos alegrarmos e nos sentirmos gratos com o que já temos, pois atendemos a essa necessidade de outra forma. "Não se trata de suprimir o desejo, mas de transformá-lo: de desejar um pouco menos aquilo que nos falta e um pouco mais aquilo que temos; de desejar um pouco menos o que não depende de nós e um pouco mais aquilo que de fato depende", sugere o filósofo francês contemporâneo André Comte-Sponville. Sem dúvida, isso já é um ótimo começo.


O psicanalista francês Jacques Lacan se aprofundou no tema no século 20. Ele afirmava que esse vazio primordial alimenta a procura do homem por sua própria verdade. Portanto, para Lacan, a falta não é, em si, negativa ou indesejável, mas o poderoso estopim de uma busca interna que pode se tornar reveladora.


A lógica é simples: se espero conseguir algo, é porque me falta alguma coisa, certo? Portanto, a esperança primordial, aquela que alicerça todas as outras esperanças que habitam nosso coração, é nossa vontade de conseguir preencher esse vazio que nos consome. Por isso mesmo, os estoicos desconfiavam muito dela. "Esperar um pouco menos, amar um pouco mais", propunha essa antiga corrente de filosofia da Grécia. Em outras palavras, mais ação e menos expectativas.


Porque ao colocar o desejo de satisfação no futuro, nos deslocamos do presente e aumentamos nossa angústia. Para evitar isso, os estoicos adotavam uma medida prática: satisfaziam-se com o que tinham. Para eles, desejar mais do que o momento proporciona era garantia de infelicidade.


E há outro bom motivo para não se depender da esperança da satisfação de um desejo: assim que o realizamos, outro buraco se forma, outra falta, que exigirá o seu preenchimento. "Assim que um objetivo é alcançado, temos quase sempre a experiência dolorosa da indiferença, ou mesmo da decepção", continua o educardor e pensador francês Luc Ferry.


Viver entre a esperança de ter, ou ser, e o medo de não ter, ou de não ser, pode se tornar outra forma de tortura. "O medo é a face complementar da esperança. Temos esperança porque, no fundo, temos medo de não ter nosso desejo satisfeito. Esperamos que ele se realize, mas temos medo de que ele não se realize", diz indo direto ao ponto a monja budista americana Pema Chödron.


Em resumo, para não sofrer tanto com as expectativas, é necessário aceitar a vida como ela é, e reconciliar-e consigo mesmo. "É possível fazer planos, é claro, mas não depender disso para ser feliz. A felicidade está dentro de nós, e não fora, no outro, no futuro ou em outras circunstâncias", diz Pema. Ao constatar isso, já fica mais fácil nos livrarmos de outra forma de sofrimento ocasionado pela falta: a inveja.

Fonte: mdemulher.abril.com.br

5 maneiras para se livrar da ansiedade


A ansiedade está dominando sua vida e você não sabe como resolver o problema? Conheça cinco maneiras de fugir do estresse!

5 maneiras para se livrar da ansiedade
5 maneiras para se livrar da ansiedade
Está com aquela sensação de que mal viu o ano passar? Vamos tentar imaginar um típico dia na sua vida: listas do que fazer que, à noite, você nem sabe onde guardou; vontade de incluir mais exercícios na rotina sem sequer ter tempo para pesquisar preços de academias; sentimento de culpa por nunca conseguir levar os pequenos a passeios culturais; frustração toda vez que, na cama, mal beija o parceiro e logo cai no sono (ou pior: estressada, além de não conseguir dormir, ainda briga com o amado!)...

Conseguiu se identificar? Antes de qualquer coisa, respire fundo. Tudo isso é consequência da ansiedade e tem jeito! Não, o dia não ganhará mais dez horas. Mas, sem a ansiedade boicotando sua vida, dá para descobrir que há tempo de sobra no seu dia para tudo aquilo que o estresse não deixava você fazer.

1. Um estudo sueco concluiu que as pessoas se recuperam melhor do estresse quando em contato com a natureza. E tal benefício ocorreria em questão de segundos! De acordo com outra pesquisa, esta norte-americana, contemplar paisagens naturais auxiliou na reabilitação de pacientes recém-operados. Portanto, vale caminhar no parque, observar o mar, deitar na grama... O que importa é estar em contato com a natureza!

2. "Quando sorrimos ou gargalhamos, emitimos uma ordem ao cérebro para que ele aumente a produção de endorfinas, substâncias químicas com poder analgésico e que dão a sensação de bem-estar físico", afirma o clínico geral e homeopata Eduardo Lambert, autor de A Terapia do Riso (Ed. Pensamento, R$ 10*). Assim, mesmo se estiver achando a vida sem graça, esforce-se para sorrir. Alugue uma comédia, leia um romance divertido, vá ao circo, injete alegria em sua vida!

3. Solidão não precisa ser sinônimo de problema. Ficar um tempo consigo mesma é importante para entrar em contato com suas emoções e pensamentos. “Pesquisas científicas comprovam que respirar profundamente, relaxar o corpo e esvaziar a mente desacelera os batimentos cardíacos, reduz a pressão arterial e ajuda a combater o estresse, a angústia e os distúrbios psicossomáticos”, diz a terapeuta Gilda Telles, autora de O Livro das Meditações (Publifolha, R$ 24,90*).

4. Um imprevisto não é o fim do mundo. "Se você faz um roteiro na sua cabeça sobre como uma situação deve se desenvolver, termina por produzir ansiedade e frustração na sua vida", diz Jael Coaracy, autora de Vai Dar Certo (Ed. BestSeller, R$ 34,90*). Portanto, relaxe. Em vez de se preocupar, ocupe-se. Pare de pensar no que precisa fazer e faça. Aceitando que imprevistos acontecem, fica mais fácil aprender e até se divertir com eles!

5. Um estudo americano constatou que pessoas com poucos amigos tendem a morrer antes que as demais. Pois é, já que amigos podem ser considerados forças vitais, faça bom uso deles.

Desabafe, avalie alternativas, troque ideias. Observe também como aquela colega que parece estar sempre bem-humorada encara os problemas e inspire-se nela. Outra dica é conviver mais com pessoas animadas e menos com os rabugentos de plantão. Já pensou que mau humor pega?
Fonte: mdemulher.abril.com.br

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sugestões para tratar as dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita

Psicopedagogia Clínica e Institucional                                                  
Angélica A. Rosa dos Santos
                                          Pedagoga/ Psicopedagoga

Há um provérbio chinês que diz: “Transportai um punhado de terra todos os dias e farás uma montanha”. Talvez seja este o lema para todos nós que estamos trabalhando com crianças que apresentam muitas dificuldades no processo de leitura e escrita. É uma paciência muito grande e, portanto, uma espera maior ainda.

A criança que apresenta dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita precisa de muita simplicidade no trabalho.
As pesquisas desenvolvidas neste sentido já apontaram que o método fônico é o único que pode dar a estas crianças uma condição melhor e maior para que elas possam desenvolver suas potencialidades.
O método fônico apresenta sete etapas. Elas são descritas da seguinte maneira:

Etapa 1- consciência fonológica:
Julgamento e percepção de rimas
Aliteração
Síntese fonológica
Segmentação
Manipulação
                      
Etapa 2 – leitura em voz alta

Etapa 3 – escrita sob ditado

Etapa 4 – estocagem de informações na memória:
Formas geométricas
Cores
Sequência numérica
Pseudopalavras

Etapa 5 – conhecimento das letras e dos traços

Etapa 6 – acesso à memória de longo prazo

Etapa 7 – fixação




Etapa 1 – Consciência fonológica
De forma geral, pode-se dizer que esta consciência para a linguagem ocorre quando o aluno consegue perceber: o reconhecimento visual do traçado da letra, a rota fonológica para a verbalização dela e a junção de grafema e fonema que ocorre por indução. Pensando nisto, qualquer atividade com o método fônico irá sempre envolver estas etapas.
                              
Julgamento e percepção de rimas
Todo tipo de rima é importante. No entanto, é necessário que sejam oferecidas uma maior variedade delas para que a criança possa desenvolver o pensamento, pensamento este que somente será desenvolvido se a criança apresentar uma memória capaz de ser acessada.

Aliteração
Com o objetivo de que a criança perceba os troncos que dão origens às palavras, a aliteração possibilita, além do treino sonoro em função da melodia que é produzida por essas repetições, a visualização e a conscientização dos registros gráficos delas.

Síntese fonológica
Para o trabalho de síntese fonológica, é necessário um conjunto de palavras para que as crianças possam dizê-las de uma forma separada. Deve ser repetidas palavras com uma, duas, três e quatro sílabas.

Segmentação
Esta atividade tem como função levar o aluno a perceber a quantidade de grafemas (letras grafadas) e fonemas (letras pronunciadas, sons). Isso mostrará aos alunos que apresentam as dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita, as diferenças na composição de leitura e escrita.

Manipulação
Esta atividade possibilita a construção de novas palavras a partir de um sufixo, ou seja, dá-se para a criança um início de palavra, e ela tenta buscar possíveis junções que resultarão em novas palavras. Desta forma, o vocabulário desta criança vai se ampliando, e ela segue percebendo o quanto as palavras possuem de semelhança.

Etapa 2 – Leitura em voz alta
A leitura em voz alta possibilita que a criança tenha uma referência auditiva para a execução da vocalidade que ela precisa desenvolver. Para isso, é importante que o professor possa ler para a criança. A leitura em voz alta deve ser realizada de frente para o aluno e em um ritmo e tonalidades adequados ao ambiente educativo. Cuidar para dar ênfases em ações e em atos-chave ao longo das leituras é uma boa prática também.
Nestes casos a melhor opção é trabalhar com textos narrativos simples e adicionar narrar mais complexas aos poucos. Repetir a narrativa até que todos tenham entendido e consigam reproduzir oralmente ou através de desenhos a leitura apresentada.

Etapa 3 – Escrita sob ditado
Nesta parte do trabalho com as dificuldades de aprendizagem, já é possível aplicar as técnicas vocais para o desenvolvimento das competências associadas às vocalidades e às atividades sonoras. A escuta, seguida de escrita, ou de registro, é um dos momentos mais difíceis do trabalho.
Inicie por ditados topológicos (aqueles que são realizados apenas com o objetivo de representar o que foi ditado por meio de imagens). Depois de realizar vários ditados destes, passe para os ditados de grafias, letras e números.

Etapa 4 – Estocagem da informação na memória
Para esta etapa do trabalho, serão realizadas atividades visando à melhora no processo de memorização, pois sem memória não há pensamento ou raciocínio.
Formas geométricas: As formas geométricas são princípios para muitos outros conteúdos escolares. O aluno precisa ter boa memorização delas.
Cores: O reconhecimento das cores é algo muito difícil para algumas crianças com dificuldades de memorização. Sabe-se que estas dificuldades de compor e de manter a memória de longo prazo acabará por determinar também algumas dificuldades no processo de ler e escrever. Assim, as atividades de reconhecimentos, seja de cores ou de formas geométricas, ajudam muito a criança no trabalho de estímulos da memória.
Sequência numérica: A sequência de números, dita na oralidade, ajuda não só a criança a melhorar o desenvolvimento da fala como também auxilia no reconhecimento e no processo de nominação deles.
Pseudopalavras: Esta atividade tem como finalidade apenas o treino da pronúncia dos fonemas. As crianças têm uma quantidade muito grande de problemas em soletrar ou em dizer palavras com encontros consonantais específicos. Desta forma, a pronúncia de palavras falsas irá ajudá-las muito no trato e no desenvolvimento da língua de uma forma global.
                                                              
Etapa 5 – Conhecimento das letras e dos traços
Utilizar diversos modelos de uma mesma letra para que o aluno perceba que embora as letras possam ter formas um pouco diferentes umas das outras, na verdade, elas são iguais nos sons e nas definições (cursiva – maiúscula e minúscula e script – maiúscula e minúscula e mais as letras do computador que variam bastante no traçado).

Etapa 6 – Acesso à memória de longo prazo
Nesta etapa é fundamental observar se o aluno conseguiu reter na memória todos os conhecimentos até então trabalhados. Esta dificuldade de retenção pode ser um dos problemas dos alunos com dificuldades de leitura e escrita.

Etapa 7 – Fixação
A fixação é uma etapa importante do processo. Ela vai determinar que a aprendizagem permaneça efetivamente no aluno. Assim, cada vez que explicar para você aquilo que você anteriormente lhe explicou, você terá a certeza de que ele tem realmente aquela informação, ali, armazenada. A fixação aparece quando somos capazes de reproduzir, por outra linguagem, para outro aprendiz aquilo que já possuímos.

Referência Bibliográfica

Almeida, Geraldo Peçanha de. Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita: método fônico para tratamento – Rio de Janeiro: Wak Ed., 2010. 2ª Ed.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Termos e significados usados na psicopedagogia e áreas afins

Simaia Sampaio 
O conhecimento de alguns termos é de fundamental importância para profissionais da área de educação e saúde mental. Pensando nisso selecionamos abaixo alguns termos para que possam servir de consulta. Não é nossa intenção explanar sobre cada um deles, mas apresentar apenas um breve significado. Cabe ao profissional buscar outras fontes para se aprofundar sobre causas, sintomas e tratamentos.
  • Aprendizagem - É o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maturo, que se expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
  • Agnosia - Etimologicamente, a falta de conhecimento. Impossibilidade de obter informações através dos canais de recepção dos sentidos embora o órgão do sentido não esteja afetado. 
    • Agnosia visual
    Compreende a incapacidade de reconhecimento visual de objetos na ausência de disfunções ópticas. Os métodos de neuroimagem permitem a identificação de lesões têmporo-occipitais bilaterais, geralmente de origem isquêmica, determinantes dessa condição. Outros dois tipos particulares de agnosia visual podem ser diferenciados:
    • alexia: refere-se à perda da capacidade de reconhecimento de palavras escritas. Através dos métodos de neuroimagem pode-se detectar lesões no território de irrigação da artéria cerebral posterior esquerda, com comprometimento parcial do corpo caloso;
    • prosopagnosia: refere-se à incapacidade de reconhecimento de faces, e seu substrato anatômico reside em lesões occipitais inferiores bilaterais.
    • Agnosia auditiva
    Incapacidade de reconhecimento e distinção de sons na ausência de quaisquer déficits auditivos. A neuroimagem revela lesões na região temporal (córtex auditivo secundário. área 22 e parte da área 21 de Brodmann) no hemisfério cerebral direito.
  • Afasia - Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias classificações tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida.

    • Afasia de Broca (afasia de expressão, motora ou não fluente)
    Caracteriza-se pelo comprometimento de estruturas localizadas nas porções mais anteriores como a porção posterior do giro frontal inferior ou área de Broca. Clinicamente observa-se reduzida produção com frases curtas, agramáticas e amelódicas. A compreensão da linguagem verbal geralmente encontra-se preservada e a capacidade de repetição, comprometida. Os métodos de imagem (TC e RM) revelam lesões ou assimetrias na região frontal posterior e porção anterior da região têmporo-parietal de predomínio à esquerda. Em casos de lesões vasculares, o território comprometido pertence ao ramo superior (rolândico) da artéria cerebral média esquerda.

    • Afasia de Wernicke (afasia de compreensão, sensorial ou fluente)
    As estruturas comprometidas localizam-se nas porções mais posteriores como a porção posterior do giro temporal superior ou ária de Wernicke e o córtex auditivo primário, no giro de Heschl. A compreensão da linguagem verbal e a repetição encontram-se intensamente comprometidas, com fluência verbal preservada e conteúdo anormal com tendência a substituições (parafasias). Os métodos de imagem revelam lesões têmporo-parietais no hemisfério esquerdo, no território de irrigação do ramo inferior da artéria cerebral média ipsolateral.

    • Afasia global (afasia mista)
    Distúrbio significativo dos processos de compreensão e expressão da linguagem. Geralmente associado a hemiparesia direita determinado por extensas lesões nas áreas da linguagem, acometendo o território de irrigação da artéria cerebral média esquerda.

    • Afasia Progressiva Primária
    Essa denominação define uma síndrome degenerativa que cursa com perda gradual da capacidade de linguagem na ausência de demência generalizada. TC e RM revelam assimetria cortical que se traduz por atrofia localizada com alargamento dos sulcos fronto-temporais e da fissura peri-silviana a esquerda com dilatação do corno temporal correspondente, de caráter progressivo em exames sucessivos. Os métodos de Neuroimagem funcional como SPECT e PET apresentam maior sensibilidade, revelando hipoperfusão e hipometabolismo nas áreas afetadas, mesmo na ausência de alterações anatomicamente detectáveis pela TC ou RM.

  • Agrafia - Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por escrito.
  • Anamnese - Levantamento dos antecedentes de uma doença ou de um paciente, incluindo seu passado desde o parto, nascimento, primeira infância, bem como seus antecedentes hereditários.
  • Anomia - Impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nome dos objetos.
  • Anorexia - Perda ou diminuição do apetite.
  • Anoxia - Diminuição da quantidade de oxigênio existente no sangue.
  • Apnéia - Paragem voluntária dos movimentos respiratórios: retenção da respiração.
  • Apraxia - Impossibilidade de resposta motora na realização de movimento com uma finalidade. A pessoa não realiza os movimentos apesar de conhecê-lo e não ter qualquer paralisia. São caracteristicamente determinadas por lesões parietais. Alguns tipos particulares de apraxia incluem:

    • Apraxia ideomotora
    É a inabilidade de realizar atos motores sob comando verbal, embora esses atos sejam facilmente realizados de modo espontâneo. Lesões do fascículo arqueado e da porção anterior do corpo caloso podem ser responsáveis por esse tipo de distúrbio.
    • Apraxia ideatória
    É a incapacidade de realizar certos movimentos seqüênciais na realização de um ato (como o exemplo clássico de tirar um cigarro do maço e acendê-lo). \Embora cada movimento separado seja executado facilmente. A localização precisa das estruturas afetadas nessa disfunção neuropsicológica ainda é incerta.
    • Apraxia construtiva
    É a incapacidade de reproduzir ou copiar um modelo visual apresentado, na ausência de distúrbios visuais, perceptivos ou motores. Lesões parietais localizadas à direita, costumam determinar quadros mais intensos, geralmente associados a negligência dos elementos contralaterais.
  • Astereognosia - Incapacidade de reconhecimento de objetos pelo tato, na ausência de disfunção sensitiva. Geralmente determinada por lesões envolvendo o giro pós-central contralateral.
  • Ataxia - Dificuldade de equilíbrio e de coordenação dos movimentos voluntários.
  • Autismo - Distúrbio emocional da criança caracterizada por incomunicabilidade. A criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real impedindo de relacionar-se normalmente com as pessoas. Num diagnóstico incorreto pode ser confundido com retardo mental, surdo-mudez, afasia e outras síndromes.
  • Bulimia - Fome exagerada de causa psicológica.
  • Catarse - Efeito provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional ou traumatizante até então reprimida.
  • Catatonia - Síndrome complexa em que o indivíduo se mantém numa dada posição ou continua sempre o mesmo gesto sem parar. Persistência de atitudes corporais sem sinais de fadiga.
  • Cinestesia - Impressão geral resultante de um conjunto de sensações internas caracterizado essencialmente por bem-estar ou mal-estar.
  • Complemento (Closure) - Capacidade de reconhecer o aspecto global, especialmente quando uma ou mais partes do todo está ausente ou quando a continuidade é interrompida por intervalos.
  • Consciência fonológica - Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois níveis:
    1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em sílabas e as sílabas, em fonemas.
    2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas (rima, por exemplo).
  • Coordenação viso-motora - É a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) e a visão.
  • Desorientação vísuo-espacial - Consiste na perda da habilidade de execução de tarefas visualmente guiadas, na perda da capacidade de interpretação de mapas e de localização na vizinhança ou mesmo dentro de casa. Os aspectos de neuroimagem podem revelar áreas isquêmicas ou de hipoperfusão nas regiões têmporo-occipitais de predomínio à direita.
  • Disartria - Dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais.
  • Discalculia - Dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço-temporal.
  • Disgrafia - Escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Esta disfunção está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas.
  • Dislalia - É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.
  • Dislexia - Dificuldade na aprendizagem da leitura, devido a uma imaturidade nos processos auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita.
  • Disortografia - Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.
  • Disgnosia - Perturbação cerebral comportando uma má percepção visual.
  • Dismetria - Realização de movimentos de forma inadequada e pouco econômica.
  • Dispnéia - Dificuldade de respirar.
  • DSM IV - É a classificação dos Transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. Descreve as características dos transtornos apresentando critérios diagnósticos. Ver o DSM IV no site psiqueweb:http://gballone.sites.uol.com.br/
  • Ecolalia - Imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do significado da palavra.
  • Ecopraxia - Repetição de gestos e praxias.
  • Enurese - Emissão involuntária de urina.
  • Esfíncter - Músculo que rodeia um orifício natural. Em psicanálise, na fase anal está ligado ao controle dos esfíncteres.
  • Espaço-temporal - orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do corpo com o meio.
  • Etiologia - Estudo das causas ou origens de uma condição ou doença.
  • Figura fundo - Capacidade de focar visivelmente ou aditivamente um estímulo, isolando-o perceptivamente do envolvimento que o integra. Ex. identificar alguém numa fotografia do grupo ou identificar o som de um instrumento musical numa melodia.
  • Gagueira ou tartamudez - distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. É acompanhada rapidamente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. Atinge mais homens que mulheres.
  • Gnosia - Conhecimento, noção e função de um objeto. Segundo Pieron toda a percepção é uma gnosia.
  • Grafema - Símbolo da linguagem escrita que representa um código oral da linguagem.
  • Hipercinesia - Movimento e atividade motora constante e excessiva. Também designada por hiperatividade.
  • Hipocinesia - Ausência de uma quantidade normal de movimentos. Quietude extrema.
  • Impulsividade - Comportamento caracterizado pela ação de acordo com o impulso, sem medir as conseqüências da ação. Atuação sem equacionar os dados da situação.
  • Lateralidade - Bem estabelecida - implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade de os identificar como direita e esquerda.
  • Linguagem interior - O processo de interiorizar e organizar as experiências sem ser necessário o uso de símbolos lingüísticos. Ex.: o processo que caracteriza o analfabeto que fala, mas não lê nem escreve.
  • Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança.
  • Maturação - É o desenvolvimento das estruturas corporais, neurológicas e orgânicas. Abrange padrões de comportamento resultantes da atuação de algum mecanismo interno.
  • Memória - Capacidade de reter ou armazenar experiências anteriores. Também designada como "imagem" ou "lembrança".
  • Memória cinestésica - É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das letras.
  • Morfema - É a menor unidade gramatical. Na palavra infelicidade encontramos três elementos menores cada um chamado de morfema: in (prefixo), felic (radical), idade (sufixo). Os morfemas são utilizados para construir outras palavras: o prefixo in é utilizado em outras palavras como invariável, invejável, inviável, por exemplo.
  • Mudez - É a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordenação das idéias e impedindo a sua transmissão em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos o mutismo decorre de problemas na audição. Os fatores emocionais e psicológicos também estão presentes em algumas formas de mudez. Na mudez eletiva a criança fica muda com determinadas pessoas ou em determinadas situações e em outras não.
  • Paratonia - É a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. Quando a criamnça caminha ou corre, os braços e as pernas se movimentam mal e rigidamente.
  • Percepção - processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos através dos sentido.
a) Percepção da posição - do tamanho e do movimento de um objeto em relação ao observador.
b) Percepção das relações espaciais - das posições a dois ou mais objetos.
c) Consistência perceptiva - capacidade de precisão perceptiva das propriedade invariantes dos objetos como, por exemplo: forma, posição, tamanho etc.
d) Desordem perceptiva - Distúrbio na conscientização dos objetos, suas relações ou qualidade envolvendo a interpretação da estimulação sensorial.
e) Deficiência perceptiva - Distúrbio na aprendizagem, devido a um distúrbio na percepção dos estímulos sensoriais.
f) Perceptivo-motor - Interação dos vários canais da percepção como da atividade motora. Os canais perceptivos incluem: o visual, o auditivo, o olfativo e o cinestésico.
g) Percepção visual - Identificação, organização e interpretação dos dados sensoriais captados pela visão.
h) Percepção social - Capacidade de interpretação de estímulos do envolvimento social e de relacionar tais interpretações com a situação social.
  • Preservação - Tendência de continuar uma atividade ininterruptamente; manifesta-se pela incapacidade de modificar, de parar ou de inibir uma dada atividade, mesmo depois do estímulo causador ter sido suprimido.
  • Problemas de aprendizagem - São situações difíceis enfrentadas pela criança com um desvio do quadro normal mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirrepetentes).
  • Praxia - Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um resultado determinado.
  • Rinolalia - Caracteriza-se por uma ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
  • Ritmo - Habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas.
  • Sincinesia - É a participação de músculos em movimentos aos quais eles não são necessários. Ex.: coloca-se um objeto numa mão da criança e pede-se que ela aperte, a outra mão também se fechará ao mesmo tempo. Ficar sobre um só pé, para ela é impossível. Há descontinuidade nos gestos, imprecisão de movimentos nos braços e pernas, os movimentos finos dos dedos não são realizados e, num dado ritmo, não podem ser reproduzidos através de atos coordenados, nem por imitação.
  • Sintaxe - Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso , bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção gramatical ; construção gramatical (Dicionário Aurélio)
  • Sinergia - Atuação coordenada ou harmoniosa de sistemas ou de estruturas neurológicas de comportamento.
  • Somestésico - Relativo à sensibilidade do corpo.
Bibliografia:

FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.